quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ADMINISTRAÇÃO E INTERNET

A administração depois da internet
Por Jack Welch
“A Internet é a oportunidade da vida. Todas as empresas participarão de seu jogo; vencerão ou perderão”
Jack Welch, presidente executivo e presidente do conselho de administração da General Electric, a GE, a companhia de maior valor de mercado na poderosa Bolsa de Valores de Nova York e tradicional fabricante de geradores de energia, lâmpadas, locomotivas, lavadoras de louças, refrigeradores e motores de aeronaves, afirma que a rede mundial de computadores é o estopim de uma grande revolução e as empresas precisam aprender a lidar com ela urgentemente. Em uma palestra em Orlando, Estados Unidos, promovida pela Executive Focus International, Welch disse que para ele, não existe velha ou nova economia. Existe,isto sim, uma nova tecnologia, que é a maior revolução ocorrida em meu tempo – a internet. E eu parto da premissa de que não há nada de novo em administração de empresas para lidar com a Internet. Os principais partes dessa palestra estão a seguir:

Sobre a grande revolução trazida pela Internet

Não quero falar sobre velha ou nova economia. Não acho que exista isso.Acho esses nomes são apenas uma tentativa intelectual de definir o que está acontecendo. O que eu quero é conversar sobre essa nova tecnologia. Trata-se da maior revolção ocorrida no meu tempo – e olhe que eu sou macaco velho nessas coisas. A maior revolução ocorrida na vida de todos nós. A coisa mais importante que já aconteceu: a Internet. O que quero fazer é pegar todos os principios administrativos sobre os quais temos falado por anos e anos e mostrar como funcionam no mundo da nova tecnologia. Parto da premissa que não há nada de novo em administração para lidar com a Internet. O fundamental é não deixar de utilizar esta tecnologia. Certifique-se de que você esta convivendo com ela. Trate-a com a mesma reverência que você trata o ler e escrever. Ninguém contrataria pessoas que não sabem ler e escrever, que não são alfabetizadas. Não contrate quem não sabe lidar com a Internet.

Sobre os três princípios administrativos da nova realidade

Acho que o mundo dos negócios tem uma nova gama de princípios com a Internet. O primeiro deles diz respeito ao ataque. Não podemos perder tempo para participar ativamente da rede e chegar diretamente ao consumidor. É claro que não podemos envolver-nos em conflitos com canais de distribuição tradicionais, mas o que temos de fazer é encontrar meios de inclui-los no novo negócio, e não desistir do novo negócio ou adiar a entrada nele. O ataque é o primeiro principio da nova realidade. O segundo principio, que todos nós já usamos e no qual acredito firmemente, é a capacidade de aprendizado de uma organização – sem dúvida, trata-se de uma vantagem competitiva definitiva. E ela é ainda mais fundamental na Internet: se você não tiver essa cultura do aprendizado em sua empresa, se não estiver obtendo informações novas todos os dias de todas as partes, se não tiver um desejo insaciável de aprender, você está morto no mundo da Internet. As informações estão espalhadas e todos têm acesso a elas, inclusive seus antigos e novos concorrentes. O terceiro principio é a qualidade. Principio válido desde tempos imemoriais, no mundo da Internet significa realização, significa entregar os bens e serviços oferecidos com o maior valor possível. “É preciso entregar valor a cada um de seus clientes da Internet.

Sobre mudanças e velocidade nos negócios

No início dos anos 80, mudar significava enfrentar o violento ataque dos produtos manufaturados asiáticos. Para tanto, era preciso aumentar a qualidade, formar redes, garantir o fluxo de caixa, manter o negócio andando enquanto você se reorganizava para enfrentar o ataque asiático. Essa reação durou dez longos anos. No final da década de 80, com a renegociação da dívida exerna de vários países e a solução para a crise das instituições de poupança dos Estados Unidos, mudar era fazer ótimos negócios nos primeiros dois anos, quando as pessoas se movimentaram e compraram ativos. No inicio dos anos 90, a Europa enfrentou dificuldades e os investidores reagiram realizando bons negócios por cerca de 12 meses, investindo US$ 30 bilhões em ações de empresas européias. Em meados dos anos 90, quando o méxico quase sucumbiu, houve de nove meses a um ano para trabalhar com os ativos mexicanos, reagindo à mudança e aproveitando o momento.E, quando estorou a crise da Ásia, foi possível fazer bons negócios no Japão por seis meses – a”janela” durou esse tempo. Com esses exemplos quero dizer que a resposta à mudança vem-se cada vez mais rápida: passou de uma decada para seis meses. E o que acontece com a mudança no mundo da Internet? Ela é diária. É preciso jogar for a todas as verdades que foram introduzidas à força pelos manuais. É preciso jogar fora todas coisas que você achava que estavam certas, passar a pagina a limpo e olhar de novo. Hoje as mudanças medem-se não em anos, trimestres,meses, mas em dias. Quem não raciocinar em dias está frito. Agora a idéia de velocidade é totalmente diferente de tudo que já vimos. Na GE, quando temos reunião de diretoria, entramos on-line e divulgamos todo o conteúdo da reunião para centenas de milhares de pessoas em uma hora. É um jogo totalmente diferente. Conhecimento não é mais poder; velocidade é. Todos têm as mesmas informações. A mensagem está na mesa de todos instantaneamente. O mesmo acontece com o fluxo de negócios. Ele é medido em horas, no máximo em dias. Não se pode mais parar para analizar um negócio sob 19 ângulos diferentes:você tem de fazê-lo. E ninguém vai conseguir fazer todos os negócios e acertar. Mas é preciso fazê-los.É isso que está acontecendo. Tudo está comprimido. Tudo diz respeito à mudanças e à velocidade.

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